Pegamos o vôo de Lima e chegamos em Cusco no final da tarde e não demorou muito para sentirmos os famosos efeitos da altitude. Eu senti um pouco mais que o Flavio, fiquei me sentindo meio tonta, meio enjoada. No hotel eles ofereciam o chá de coca, não achei nem ruim nem bom, mas como a ideia era me sentir melhor mandei ver! rs Durante a primeira noite ainda me senti meio esquisita, mas no dia seguinte já estava bem.

Como a reação pode variar bastante, algumas pessoas sugerem não ir direto de Lima para Machu Picchu, onde a altitude é ainda mais elevada. Nada interessante se sentir tonto passeando pelo Parque certo?! Além disso Cusco é muito mais do que uma simples base para visitar Machu Picchu, a cidade tem uma energia incrível e fizemos passeios maravilhosos partindo de lá.

Ah! Sobre hospedagem, tanto em Lima quanto em Cusco escolhemos ficar nos hotéis da rede Tierra Viva, ótimas localizações, custo benefício e uma pegada peruana.. rs tanto na decoração como nos cafés da manhã, o que nos agradou bastante também!

Nós ficamos três dias em Cusco, dois antes de ir para Machu Picchu e um na volta. Foi bem legal porque levamos só o que precisávamos para a viagem de trem até a cidade mais próxima do parque, Águas Calientes, e o resto das nossas coisas ficou com o hotel, bem conveniente. E eles ainda transferiram nossas malas de uma unidade para outra, escolhemos experimentar nos hospedar em dois locais diferentes em Cusco. Na chegada ficamos em San Blas que é uma área mais boêmia da cidade com muitos barzinhos e na segunda passagem bem pertinho da Plaza das Armas que é o centrinho da cidade. Como Cusco não é muito grande, as duas localizações foram boas.

São muitas opções de agencias para fechar passeios – privativos ou mini excursões – saindo de Cusco. Como não tínhamos tempo sobrando e eram muitos passeios interessantes acabamos mesclando dias de passeios com motorista e guia privativo com passeios em grupo. Fechamos tudo por email com a agencia Responsible Travel Peru e eles foram super atenciosos! Flavio gostou da ideia ter termos uma agencia ecologicamente e socialmente sustentável. =)

DIA 1

Nosso primeiro dia era bem cheio por isso optamos pelo motorista e guia privativo. Todos os lugares que visitamos ficavam a menos de 50 km de Cusco mas seria impossível fazer todos esses passeios em grupo em apenas 1 dia.

Demos muita sorte com a nossa guia que era uma fofa, falava um espanhol bem tranquilo de entender, se a gente quisesse ela falava em inglês também. Nos contou muitas histórias interessantes sobre os lugares que visitamos, adorava quando ela fazia referência a Pachamama que era como os povos indígenas da região dos andes chamavam a ‘mãe natureza’. Já para os Incas Pachamama era a deusa da fertilidade, também relacionada a natureza, abundância das plantações, água, terremotos.

A primeira parada do dia foi em Pikkilacta, ruínas de um antigo vilarejo e também sitio arqueológico. Lá aprendemos a dinâmica daquelas pequenas cidades, os hábitos e costumes religiosos. Antes de entrar nessa área passamos por um quiosque e a agencia nos orientou a comprar o ‘boleto turístico’ que nos concederia entrada para a maioria dos lugares que visitaríamos em Cusco sem a necessidade de comprar tickets em cada lugar.

De lá seguimos para Tipón, ruína Inca do século 15 com os tradicionais terraços para otimizar a utilização da água e condições de temperatura e humidade para a agricultura local dependendo da estação do ano. É incrível como alguns lugares ficaram intactos! A parte superior do complexo é cortada por uma trilha Inca, por onde provavelmente muitas comunidades migraram para diferentes vilarejos.

Visitamos também a pequena cidade de Andahuaylillas onde fica a Igreja de San Pedro considerada a “capela cistina” da América. Dentro da igreja além da arquitetura que é super interessante os visitantes podem ver parte da construção original Inca e obras de arte exclusivas da Escola Cusqueña.

Na parte da tarde fizemos um passeio que muitas agencias oferecem; Moray Maras, que inclui uma visita as Salineras de Maras e o sítio arqueológico de Moray.

Apesar das Salineras não terem uma ligação com a história Inca para mim foi uma das paisagens mais interessantes, que lugar lindo! Mostra como os povos dessa região sabem extrair recursos naturais e continuar em harmonia com a natureza ou Pachamama! rsrs Acabamos inclusive comprando o sal produzido no local. É super curioso a localização de uma Salinera que não está próxima do mar. Neste caso a água ‘salgada’ passa por essas montanhas até chegar lá.

Quando chegamos em Moray o sol já estava quase se pondo mas conseguimos ver outras ruínas Incas específicas para experimentações agrícolas. Nessa região as ruínas eram todas em formato arrendondado. Segundo a nossa guia, os Incas construíram desta maneira para seguir o formato das montanhas e assim evitar erosões ou outros fenômenos naturais.

DIA 2

Não reparem na cara de sono!! Nosso segundo dia começou beeem cedinho. Fizemos um passeio em grupo pelo Vale Sagrado e ao final do tour ao invés de retornarmos para Cusco ficamos em Ollantaytambo. Cidade de onde sairia o nosso trem a noite para Águas Calientes.

O roteiro do passeio pelo Vale Sagrado funciona mais ou menos assim; Nossa primeira parada foi em Pisaq, vila famosa pelas ruínas Incas e pelos mercados de artesanato.

Depois fizemos uma parada para almoço em Urubamba, que é uma das maiores cidades da região. O almoço estava incluído no passeio e foi em um daqueles restaurantes enormes que geralmente recebem muitos grupos. Não costumo ser muito fã não, mas o buffer tinha boas opções e o casarão era bem bonito e na área externa tinha umas llamas fofas! kl

De lá fomos para Ollantaytambo e como nosso trem era só a noite conseguimos acompanhar o passeio do grupo até o final e visitamos a minha ruina inca preferida.. rsrs (depois de Machu Picchu é claro!) Acho que o fato da cidade ser rodeada por umas montanhas bem bonitas contribui para a paisagem ficar ainda mais incrível! Prepare-se para caminhar bastante e subir muuuito também, mas vale a pena!

Não recomendo fazer todos esses passeios sem guia, seja privativo ou nas excursões. É muito mais interessante visitar todas essas ruínas e locais com tanta bagagem histórica ouvindo os seus significados.

Ollantaytambo é uma cidade com arquitetura predominantemente Inca e o mais legal é que ainda á habitada. Depois que terminou o nosso passeios ficamos andando pelas ruazinhas da cidade, feirinha, tomamos uma cerveja na praça enquanto esperávamos o horário do nosso trem! Ansiedade a mil para conhecer Machu Picchu no dia seguinte!!!

No próximo post nossa viagem para Águas Calientes e a tão esperada visita a Machu Picchu.